Na manhã desta sexta-feira, 08 de outubro, o HSBC descumpre a decisão judicial que o impedia de transportar seus funcionários ao Centro Administrativo Xaxim utilizando helicópteros. Em razão da truculência com que os bancos vêm tratando os bancários nesta Campanha Salarial 2010, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) está no local realizando um protesto contra o uso do interdito proibitório para coibir o direito de greve. Com os portões do prédio bloqueados, o banco inglês voltou a realizar o transporte aéreo, colocando em risco a segurança de seus funcionários e perturbando o sossego da população do entorno. São quatro helicópteros realizando voos ininterruptos do Parque Barigüi até o Xaxim.
Decisão judicial – Diante das várias denúncias recebidas, no dia 30 de setembro, o Sindicato dos Bancários de Curitiba e região ajuizou uma medida cautelar na Justiça do Trabalho para preservar a segurança dos bancários. A justiça considerou plausível a alegação da entidade de que os trabalhadores estavam sendo transportados de helicóptero para evitar o piquete dos grevistas e também reconheceu que os transportados estavam correndo riscos. Assim, o HSBC ficou proibido de realizar o transporte aéreo, sob pena de multa de R$ 50 mil por vôo caso a decisão fosse descumprida.
Interdito proibitório – No último dia 01, o HSBC conseguiu na justiça um interdito proibitório, que impede que o Sindicato intervenha no fechamento das agências e centros administrativos. Cientes de seus direitos, durante os últimos dias, os bancários do HSBC têm aderido espontaneamente ao movimento grevista, principalmente os funcionários dos Centros Administrativos Vila Hauer e Kennedy. “Os trabalhadores estão provando que não irão aceitar a proposta rebaixada de 4,29% de reajuste. Mesmo sob toda a pressão imposta pelo banco, eles estão resistindo e fazendo valer seu direito de greve”, destaca Otávio Dias, presidente do Sindicato.
Truculência – Em virtude da forte mobilização de seus funcionários, o HSBC tem usado de todos os artifícios para pressionar os trabalhadores a voltarem ao trabalho. Segundo informações que chegaram ao Sindicato, os gestores do banco têm ameaçado os bancários de demissão caso venham integrar a mobilização. Há relatos também de superiores que parabenizam aqueles funcionários que, devido a pressão do banco, não estão participando da greve. “A situação de pressão psicológica e repressão está insustentável”, critica o secretário de Comunicação do Sindicato, Eustáquio Moreira.