EX-BANCÁRIO RECEBERÁ INDENIZAÇÕES POR TER SIDO DEMITIDO APÓS ESCÂNDALO DE FUNCIONÁRIOS FANTASMAS DA ALEP
Em 2010, a imprensa paranaense repercutiu intensamente o que se chamou de “caso dos diários secretos” da Assembleia Legislativa do Paraná. Segundo os noticiários da época, o esquema envolvia contratação de funcionários “fantasmas” e lavagem de dinheiro, operados a partir do PAB do HSBC localizado na Assembleia.
No final daquele ano, o banco noticiou à imprensa que demitira um grupo de empregados que teriam participação nas fraudes, sendo quatro gerentes, três caixas e dois supervisores. Dentre os gerentes despedidos, está Lindomar Souza de Araújo, ex-bancário que atuou como gerente administrativo da agência Centro Cívico até final de 2007.
Lindomar, juntamente com o gerente geral da agência naquela época, foi despedido no grupo de empregados supostamente envolvidos no esquema. É interessante dizer que, além de ambos não terem qualquer participação nas fraudes praticadas, denunciaram inúmeras irregularidades verificadas no PAB Assembleia, ainda no ano de 2007. Estranhamente, não se sabe o porquê, suas denúncias não foram apuradas. Pouco tempo depois, os dois foram transferidos a outras agências do banco.
Sentindo-se injustiçado por ser envolvido em algo que não participou, muito pelo contrário, sendo punido por algo que ele denunciou ao banco que acontecia, Araújo ajuizou ação contra o banco, postulando a indenização por danos morais.
Em sua reclamação trabalhista, autuada sob nº 7473.2011.014.09.00.2, a Justiça do Trabalho reconheceu em primeira e segunda instância os danos morais que o banco lhe causou e condenou o HSBC ao pagamento de indenização de R$ 80 mil.
Recentemente, em nova ação movida pelo ex-bancário contra o banco (autos 38.407.2012.014.09.00.5), a 14ª Vara do Trabalho de Curitiba reconheceu que o HSBC praticou um ato de injustiça ao despedir o empregado em decorrência do escândalo da Assembleia, condenando ao pagamento de indenização pela demissão abusiva no valor de R$ 100 mil.
Ambas as ações foram movidas pela Assessoria Jurídica do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região e aguardam julgamento de recursos do banco.
“Mais uma vez, fica claro o que o movimento sindical dizia quando acusava o banco de proteger executivos gestores do alto escalão, enquanto penaliza escriturários e gerentes das agências, de cargos menores. Agora, o HSBC pagará o preço pela injustiça cometida”, avalia o presidente do Sindicato, Otávio Dias.