Técnica do Dieese apresentou dados sobre diversidade na categoria bancária.
O segundo dia da 24ª Conferência Estadual dos Bancários e Bancárias do Paraná, no sábado, 28 de maio, foi marcado pelo debate sobre a Igualdade de oportunidades. A economista e técnica na subseção dos Bancários do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Rosângela Vieira, fez uma apresentação completa com dados da diversidade na categoria bancária. Também participaram da mesa o secretário de Políticas Sociais da Contraf-CUT, Elias Jordão, e a secretária de Saúde da Fetec-CUT-PR, Vanderléia de Paula.
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“Quando falamos em igualdade de oportunidade estamos falando em dar as mesmas condições a todas e todos, para que possam alcançar as mesmas possibilidades econômicas, sociais e culturais”, iniciou a economista. Segundo Rosângela, o Brasil é uma nação diversa, como mostram os números: “Dados da Pnad, do primeiro trimestre de 2022, revelam que somos 213 milhões de brasileiros, sendo 51% de mulheres e 49% homens. Além disso, somos 45,9% de pardos, 43% de brancos e 10% de pretos”, destacou. Ao falar de diversidade, é importante lembrar que estão articuladas as categorias de gênero, sexualidade, raça/cor, idade, religião e Pessoas com Deficiência (PcD), além dos conceitos de representatividade, respeito, igualdade e inclusão.
Após apresentar o conceito de diversidade, a técnica do Dieese listou os principais documentos e as legislações que tocam neste tema: a Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 10 de dezembro de 1948; a Constituição Federal Brasileira, de 1988, que traz entre seus princípios o direito e o respeito à diversidade; a Convenção 111 da Organização Internacional do Trabalho (OIT); e a Consolidação das Leis Trabalhistas, de 1943.
Histórico das lutas e conquistas da categoria bancária
Rosângela também apresentou um histórico do tema nas lutas e conquistas da categoria bancária. “Ao longo de 30 anos, várias iniciativas foram realizadas para tangenciar questões ligadas à igualdade de oportunidades e à diversidade. Lembrando que é sempre importante pautar novos temas, pois assim conseguimos parametrizar outras categorias e a própria legislação”, avaliou.
Gênero e raça
Nas questões relacionadas a gênero, a economista apresentou os seguintes dados: em 2010, 48,5% da categoria bancária eram mulheres. Apesar do encolhimento do número de bancários, em 2019, esse número subiu para 49,1%. Já com relação à remuneração média, atualmente, as mulheres ganham o equivalente a 78,1% da remuneração média dos homens. “Isso ocorre devido a ocupação e dos cargos das mulheres, já que os homens estão mais presentes nos cargos de chefia”, justificou.
Com relação a raça/cor, em 2010, 78,8% da categoria eram brancos. Em 2019, esse número passou para 72,6% e pretos e pardos somavam 23,6%, ou seja, 107 mil trabalhadores bancários eram pretos ou pardos. Sobre a remuneração média, em 2019, enquanto homens brancos ganhavam R$ 10.180, mulheres pretas ganhavam R$ 5.991, um valor 59% menor. Vale lembrar que a remuneração média geral da categoria é de R$ 8.617. “Isso ocorre porque os homens estão muito mais presentes em cargos de liderança. Homens brancos são 40,8% das chefias e mulheres brancas são 36,5%. Já homens pretos são 1,4% das chefias e mulheres pretas são 1,1%. Ou seja, temos um reflexo direto do racismo estrutural da sociedade brasileira”, concluiu.
Pessoas com deficiência
Rosângela também apresentou dados sobre os PcD na categoria bancária: em 2010, 2,2% dos bancários tinham algum tipo de deficiência. Em 2019, esse número saltou para 3,4%, ou seja, cerca de 15,5 mil trabalhadores eram PcD, com deficiência física, visual, reabilitados e auditiva. Ainda segundo ela, a principal ocupação destes trabalhadores é: 39,5% são escriturários e 18,3% são caixas. “Os percentuais de vagas das empresas por PcDssão estabelecidos pela legislação, mas é fundamental a fiscalização e o cumprimento destas leis”, acrescentou.
📌 Confira a nota técnica do Dieese sobre a inclusão de PcD no mercado de trabalho.
LGBTQIA+
Os últimos dados apresentados pela economista foram sobre a diversidade sexual. Rosângela começou mostrando dados do IBGE divulgados recentemente, em que 94,8% dos brasileiros com 18 anos ou mais se declararam heterossexuais; 1,2% homossexuais; 0,7% bissexuais; 1,1% não sabiam sua orientação sexual; 2,3% não quiseram responder; e 0,1% declararam outra orientação sexual. “Na categoria bancária, ainda há muita dificuldade em obter esses dados. Os últimos números que temos é do Censo da Diversidade de 2014, realizado pela Fenaban, quando 85% da categoria se declarou heterossexual, 1,90% homossexual, 0,6 bissexual, 0,1% outra orientação e 12,4% não responderam”, afirmou.
Para concluir, a economista questionou: “Mas é importante refletimos sobre como a diversidade está sendo pauta nos bancos. Vemos que as propagandas têm sido muito intensificadas. Ou seja, uma pauta que era específica dos trabalhadores e dos Sindicatos está sendo cooptada pelas empresas, para dizer que os bancos são diversos”, acrescentou. Ela ainda enumerou a importância de informações para compreender a diversidade na categoria; a essencialidade das negociações coletivas para assegurar condições equânimes e diminuir as disparidades; e a necessidade de ferramentas de denúncia para fiscalização. “Se a diversidade esta presente na população, ela deve ser representativa em todos os espaços, inclusive na categoria e nos Sindicatos. Pois a igualdade de oportunidades é essencial para uma sociedade mais justa e igualitária”, encerrou.
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Fonte: Sindicato dos Bancários e Financiários de Curitiba e região