A situação dos trabalhadores do HSBC nos países da América Latina onde o banco atua é grave. Durante a 6ª Reunião de Redes Sindicais de Bancos Internacionais, nos dias 14 e 15 de dezembro, em Buenos Aires, Argentina, dirigentes sindicais discutiram e traçaram planos de ação para 2011.
O secretário-geral do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região e coordenador da Comissão de Empregados (COE/HSBC), Carlos Kanak, esteve no encontro e conta que em todos os países onde o banco está presente o problema se repete. “As direções dizem que estão abertas ao diálogo com o movimento sindical, que pratica política de RH favorável aos trabalhadores e cumpre acordos e leis vigentes em cada país”, relata Kanak. “No entanto, continuam as demissões imotivadas, a falta de valorização dos trabalhadores, a remuneração injusta e o uso de ferramentas gerenciais de cobranças abusivas de resultados”, continua o dirigente.
Durante a reunião, ficou evidente que o objetivo do banco é focar, no Mercosul, em clientes de alta renda, sejam pessoas jurídicas ou grandes empresas.
Negociações e encaminhamentos
O modelo de negociação coletiva com o banco varia bastante entre os países, sendo mais similares no Brasil e no Uruguai. No Paraguai, a negociação é por empresa; no Chile não há negociação coletiva e o banco realiza negociações individuais; nos outros países não há controle efetivo da jornada de trabalho, sendo a extrapolação comum.
A Contraf-CUT irá enviar uma carta ao diretor de Relações Sindicais e RH na América Latina, João Rached, relatando o baixo nível das negociações com o movimento sindical e também cobrando solução para os problemas que atingem os funcionários. “Os bancários do HSBC estão adoecendo e a maioria está insatisfeita com a atual gestão de RH”, lembra Carlos Kanak. Na carta, haverá pedido de negociação com Rached.
Ficou também acertada a realização de uma campanha que valorize os funcionários, que têm a auto-estima rebaixada diariamente pelas gerências do banco. O lançamento deverá ocorrer em março de 2011, junto com um novo canal de comunicação entre a Rede Sindical na América Latina.
Acordo Marco Global
Na quarta-feira, 15 de dezembro, os dirigentes se reuniram com o gerente de Riscos e Relações Laborais do HSBC na Argentina, Alejando Ortiz Quintero. A pauta principal foi a firmação de um Acordo Marco Global com o banco. “Buscamos melhores condições de trabalho no HSBC e a unificação da luta. Para isso, precisamos assinar o Acordo, que estabelece princípios de atuação do banco no que diz respeito ao bancário do HSBC na América Latina e em todo mundo”, ressalta Kanak.
O movimento sindical continuará batendo de frente com as atitudes truculentas do HSBC e suas práticas antissindicais, a exemplo do que aconteceu em 2010. “A qualquer indício de ação dos sindicatos, o banco recorre imediatamente à justiça para conseguir liminares de interditos proibitórios, não medindo esforços para consegui-los. Em 2011, o movimento sindical irá intensificar a luta dos trabalhadores bancários no HSBC”, finaliza Kanak.
