O Dia Nacional de Lutas do Itaú Unibanco atrasou a abertura de 21 agências em todo estado do Paraná. Em Curitiba, o Sindicato dos Bancários fechou oito agências até as 12h. O Dia de Lutas mobiliza trabalhadores de todo Brasil contra as demissões em massa que vêm ocorrendo no banco e por condições decentes de trabalho.
Leia matéria de FETEC-CUT-PR:
Dia Nacional de Luta paralisa 21 agências do Itaú Unibanco no Paraná
O Dia Nacional de Luta paralisou 21 agências do Itaú Unibanco em todo o Paraná, na terça-feira (19). As manifestações ocorreram nas bases sindicais de oito dos dez sindicatos filiados à FETEC-CUT-PR.
Em todas as cidades, o horário de abertura das agências foi atrasado. Os atos ocorreram contra a onda de demissões de funcionários que o Itaú tem aplicado em todo o país nos últimos meses. O presidente do Itaú, Roberto Setúbal, deu entrevista recentemente à revista Exame afirmando que "é hora de cortar".
Curitiba – "O Itaú foi campeão de lucros em 2010 e continua desrespeitando seus trabalhadores, que são os responsáveis por estes ganhos. O que eles ganham em troca? Demissões. E os clientes ganham filas", protesta Otávio Dias, presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região.
Em Curitiba, oito agências foram paralisadas na região central da cidade. Os bancários também realizaram um ato de protesto em frente a uma das agências, conclamando a população a participar da luta contra as demissões no Itaú.
"A população precisa nos ajudar. O banco cobra tarifas abusivas e precariza o atendimento. Em agências com dois caixas, o banco irá disponibilizar apenas um. Vocês pagam para se autoatender", alertou Júnior César Dias, dirigente do Sindicato.
Interior – Em Umuarama e Guarapuava, três agências foram paralisadas em cada cidade. Para Edilson José Gabriel, presidente do Sindicato dos Bancários de Umuarama, Assis Chateubriand e Região, a repercussão das manifestações foi positiva.
"Os bancários apoiaram as nossas paralisações, assim como os clientes, que entenderam que estes atos são importantes para garantir um trabalho decente para os funcionários e, consequentemente, um bom atendimento para os usuários", disse Edilson.
Já para Orlando Stavinski, dirigente do Sindicato de Guarapuava e Região, o tempo de paralisação poderia ser maior. "Nós fechamos as três agências do Itaú em Guarapuava, mas acredito que, se tivéssemos paralisado as atividades durante o dia inteiro, a pressão em cima do banco seria maior, pois ele ficaria mais exposto", afirma.
Em Londrina e Campo Mourão, houve paralisações de duas agências em cada cidade. Para Wanderley Crivellari, presidente do Sindicato de Londrina e Região e um dos coordenadores da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú Unibanco, o prêmio de banco sustentável que a empresa recebeu recentemente no Financial Times Sustainable Awards, na Inglaterra, não corresponde com as práticas adotadas pelo Itaú com os seus funcionários.
"Os bancários do Itaú convivem no dia-a-dia com demissões, assédio moral e pressão para o cumprimento de metas absurdas. Por isso é hora do Itaú devolver este prêmio, porque sustentabilidade tem que levar em conta as condições de trabalho dos funcionários, que hoje vivem em um ambiente interno muito ruim", sugere.
"Precisamos colocar um freio nesse grande contingente de demissões. A paralisação serviu para mostrar aos banqueiros que exigimos a retomada das negociações", afirma Luis Marcelo Legnani, presidente do Sindicato de Campo Mourão e Região.
Em Arapoti, Apucarana e Cornélio Procópio, os bancários paralisaram uma agência por cidade. Para o presidente do Sindicato de Cornélio Procópio e Região, Dirceu Casagrande, a paralisação é um instrumento de pressão e de conscientização tanto de bancários, quanto de clientes.
"Conseguimos mobilizar os funcionários e a população na nossa manifestação. E é importante ter o apoio dos usuários dos bancos porque podemos mostrar a eles que as propagandas que os bancos fazem não correspondem à realidade das condições de trabalho dos bancários", afirma.
Damião Rodrigues, presidente do Sindicato de Apucarana e Região e representante da regional Vida Bancária, afirma que as manifestações serviram para demonstrar ao banco que o movimento sindical não aceita mais demissões e cobranças pelo cumprimento de metas abusivas.
"Estamos desenvolvendo uma Campanha Nacional de combate ao desemprego e ao ataque à saúde dos funcionários. O clima nas agências está pesado e ninguém está aguentando as pressões, responsáveis pelo adoecimento de um grande número de bancários do Itaú Unibanco", afirma.
Segundo Damião, a mobilização vai continuar até que a diretoria do banco aceite negociar mudanças na atual política de pessoal da instituição, que está voltada somente para o aumento dos lucros, sem levar em conta as condições de trabalho e o respeito aos funcionários. "Vamos lutar para impedir que o Itaú continue sugando a vida dos bancários", finaliza.
Confira o balanço das paralisações por base sindical:
– Arapoti: Parou a agência Ibaiti até as 11h
– Apucarana: Parou uma agência até 12h
– Cornélio Procópio: Parou a agência Santo Antonio da Platina até as 11h
– Londrina: Pararam duas agências até as 12
– Campo Mourão: Pararam duas agências até as 11h
– Umuarama: Pararam três agências até as 12h
– Guarapuava: Pararam três agências até as 11h
– Curitiba: Pararam oito agências até as 12h