A Contraf-CUT, federações e sindicais irão questionar o Itaú nesta quinta-feira (27), às 14h30, em São Paulo, sobre a falta de segurança do novo modelo de "agências de negócios" do banco, onde trabalham bancários, funcionam caixas eletrônicos, mas não existem vigilantes nem equipamentos de segurança. A negociação foi solicitada pela Contraf-CUT, no último dia 7.
O problema também já foi denunciado por meio de ofícios enviados pela Contraf-CUT ao Ministério da Justiça e à Polícia Federal, em Brasília, requerendo "providências para fiscalizar essas agências e fazer com que o banco adote procedimentos de segurança para proteger a vida das pessoas".
Clique aqui para ler a carta ao Ministério da Justiça.
"Os bancários estão trabalhando em estabelecimentos completamente inseguros, colocando diariamente em risco as suas vidas", alerta o funcionário do banco e presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro. Uma dessas agências foi paralisada no início de fevereiro pelos bancários em São Paulo, como forma de protesto contra a insegurança.
Para o dirigente sindical, "esse modelo vulnerável de agências descumpre frontalmente a lei federal nº 7.102/83, na medida em que há guarda e movimentação de numerário diante da existência de caixas eletrônicos, onde ocorrem operações de abastecimento e saques em dinheiro".
O que diz a lei 7.102/83
Art. 1º É vedado o funcionamento de qualquer estabelecimento financeiro onde haja guarda de valores ou movimentação de numerário, que não possua sistema de segurança com parecer favorável à sua aprovação, elaborado pelo Ministério da Justiça, na forma desta lei.
Parágrafo 1º – Os estabelecimentos financeiros referidos neste artigo compreendem bancos oficiais ou privados, caixas econômicas, sociedades de crédito, associações de poupança, suas agências, postos de atendimento, subagências e seções, assim como as cooperativas singulares de crédito e suas respectivas dependências.
Assalto em Londrina
Uma dessas "lojinhas" do Itaú foi alvo de assaltantes no dia 29 de janeiro, em Londrina (PR). Além de aterrorizarem os bancários, também roubaram os seus pertences pessoais.
"Já havíamos alertado ao banco que esse modelo de agência era inadequado e que a porta de segurança e a presença de vigilantes são indispensáveis", afirma Wanderley Crivellari, presidente do Sindicato dos Bancários de Londrina e um dos coordenadores da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú, que assessora a Contraf-CUT nas negociações com o banco.
Bancários cobram proteção à vida das pessoas
Cordeiro aponta a necessidade de apresentação de planos de segurança para a Polícia Federal, conforme prevê a lei 7.102/83, bem como a instalação da porta giratória com detectores de metais, que já virou um símbolo de segurança para trabalhadores e clientes.
"É inadmissível que um banco, que obteve lucro de R$ 15,8 bilhões em 2013, instale agências sem segurança, como forma de reduzir custos para aumentar ainda mais os seus lucros", critica o presidente da Contraf-CUT. "A proteção à vida das pessoas precisa estar em primeiro lugar", defende.
Reunião preparatória da COE do Itaú
Antes da negociação com o banco, a COE do Itaú se reúne nesta quinta-feira, às 9h30, na sede da Contraf-CUT, para preparar os debates com o banco. Também será debatida a retomada das negociações acerca da pauta específica dos funcionários.