No dia 18 de abril, uma Gerente Operacional do Itaú Unibanco faleceu dentro do seu local de trabalho, em Curitiba. Uma grande tristeza para toda a categoria.
A perda desta colega escancara uma situação limite de stress que os trabalhadores estão submetidos por conta da pressão dos gestores, das metas abusivas, do assédio moral, da ameaça de demissão e das reestruturações.
No início deste mês, outro bancário do Itaú Unibanco faleceu em São Paulo, vítima de enfarto, após ter seu cargo rebaixado e ter relatado que não estava bem por conta da pressão por metas.
"Os banqueiros, infelizmente, não estão preocupados com a saúde dos trabalhadores ou se mais funcionários perderão a vida em decorrência dos absurdos a que estão sendo submetidos. O que mais nos indigna é que alguns trabalhadores da gerencia média servem como instrumentos para as práticas de maldades que estão adoecendo e tirando a vida dos bancários", afirma Junior Dias, diretor do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região e funcionário do Itaú Unibanco.
Saúde e condições de trabalho – O combate ao assédio moral e o fim das metas abusivas figura entre as principais bandeiras relacionadas ao tema Saúde do Trabalhador nas campanhas salariais dos bancários nos últimos anos.
A Fenaban insiste em classificar as metas como “desafiadoras” e não abusivas, ignorando os efeitos delas sobre a vida dos bancários. Os banqueiros afirmam que as metas são estratégias privadas de cada banco e que dependem da gestão.
Os patrões também seguem dizendo que os problemas de saúde dos bancários não têm relação com o trabalho. Será?
Segundo estatísticas da Previdência Social, os bancários estão entre as categorias de trabalhadores que mais adoecem, seja por LER/Dort, seja por doenças relacionadas ao sofrimento mental. “O stress do dia a dia da categoria está causando danos irreparáveis à saúde. Não podemos admitir a perda de outras vidas por conta do trabalho”,completa Ana Fideli, secretária de Saúde do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região.