Ação ocorre de 28 a 30 de julho, dias que antecedem a próxima reunião do BC para definir a Selic, hoje em 13,75%
Os Comitês Populares de Luta realizam, nos dias anteriores à próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o Mutirão Contra os Juros, para pressionar o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, a baixar a taxa básica de juros Selic, hoje em 13,75% ao ano. O Copom se reúne nos próximos dias 1º e 2 de agosto.
O vice-presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramos Financeiro (Contraf-CUT),Comitês Populares de Luta Vinícius Assumpção, que atua na coordenação dos Comitês de Luta dos Bancários, antecipa que “os bancários estarão no Mutirão, com toda sua força, como sempre, para defender a queda dos juros, pois é isso que Brasil precisa e exige”.
Capacidade de mobilização
Vinícius ressalta que “a categoria bancária tem uma organização muito bem estruturada em todo o país, com tradição de organização e trabalho conjunto, e vamos engrossar o coro pelos juros baixos já. O presidente do BC precisa atender a essa demanda que é dos trabalhadores e também dos setores produtivos. Se não, deve sair”.
Nas manifestações anteriores pela queda dos juros, que têm acontecido desde fevereiro, o dirigente lembra que “a categoria bancária já demonstrou que tem papel fundamental nessa luta pela retomada do crescimento econômico, pela sua força, por estar presente em praticamente todas as localidades e pela capacidade de mobilização. Desta vez, não será diferente”.
Pela retomada do crescimento
Com a Selic em 13,75%, descontado o índice da inflação, o Brasil mantém o maior nível de juro real do mundo, ao redor de 9,4%. As taxas tão elevadas assim puxam as atividades econômicas para baixo e impedem a geração de emprego e renda.
Como ressalta a presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira, “os juros nesse patamar aumentam a dívida pública, pois elevam os gastos do governo com os títulos da dívida pública, e esse dinheiro poderia ser usado para investimento na infraestrutura do país, saúde e educação, setores necessários à população e que estimulam a atividade produtiva”.
“Os juros altos também deixam o crédito e o financiamento mais caros, o que aprofunda o endividamento das famílias, que acabam consumindo menos. Consumo baixo reduz a produção, porque as empresas não vendem, e se não vendem, demitem. Os juros precisam cair já, para que a economia possa avançar”, defende Juvandia, que também é vice-presidenta da Central Única dos Trabalhadores (CUT). “Juro tão elevado assim é um claro boicote ao Brasil, que precisa retomar o crescimento e a justiça social”, completa a dirigente.
Mobilização dos bancários
Os bancários têm participado ativamente das mobilizações dos trabalhadores pela redução dos juros no Brasil. Durante as reuniões do Copom, a esfera do BC que decide a movimentação da Selic, a categoria participa dos atos, realizados em frente a todas as 10 sedes do BC espalhadas pelo país e em locais de grande circulação das grandes cidades. A mais recente manifestação ocorreu durante a última reunião do Copom, em 20 de junho.
As jornadas de lutas contra os juros altos, para pressionar Roberto Campos Neto, presidente da autoridade monetária, a reduzir a taxa de juros, são organizadas pela CUT e outras centrais, como Força Sindical, CTB, UGT, CSB, NCST, CSP Conlutas, Intersindical e A Pública, com a participação de outras entidades sindicais, como a Contraf-CUT, além de movimentos populares. Nas redes sociais, as hashtags usadas nas postagens são #JurosBaixosJá e #ForaCamposNeto.
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Fonte: Contraf-CUT