Manifestações ocorrem em todo o país nesta quinta-feira (24). Em Curitiba, ato será às 18h00, na Praça Santos Andrade.
Um grande conjunto de movimentos negros realiza, nesta quinta-feira, 24 de agosto, a Jornada dos Movimentos Negros Contra a Violência Policial, com atos em todo Brasil. A mobilização está sendo articulada em protesto às chacinas policiais que, no fim de julho e início de agosto, mataram pelo menos 32 pessoas na Bahia, 20 em São Paulo e 10 no Rio de Janeiro. Entre as mais de 250 entidades que organizam a jornada estão Movimento Negro Unificado (MNU), Agentes de Pastoral Negros do Brasil, Associação de Mães e Familiares de Presos e Presas (Amparar), Frente Nacional de Mulheres do Funk, Geledés – Instituto da Mulher Negra, Unegro, Conen e Uneafro Brasil.
Mãe Bernadete
Os atos também exigem justiça por Mãe Bernadete Pacífico, ialorixá e líder do Quilombo Pitanga dos Palmares, em Simões Filho (BA), brutalmente assassinada no último dia 17 de agosto em sua casa, na frente dos netos. Em nota, a Uneafro denuncia que o “assassinato brutal de uma líder política, quilombola, mulher negra e do candomblé mostra a face do Brasil real, violentamente racista, machista, misógino, que persegue lideranças negras e é intolerante com as religiões de matriz africana. Mãe Bernadete passou os últimos anos denunciando o assassinato de seu filho Binho, pelas mesmas motivações”.
Postura violenta
O movimento ressalta que a postura violenta das forças de segurança estaduais tem espalhado terror em milhares de comunidades e favelas de periferias urbanas do país. O mote usado pela jornada é: “Pelo fim da violência policial e de estado, nossas crianças e o povo negro querem viver! Chega de Chacinas!”. Outra reivindicação é que o Supremo Tribunal Federal (STF) vete “operações policiais com caráter reativo” e “grandes operações invasivas em comunidades sob pretexto do combate ao tráfico”, usando como jurisprudência a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) das Favelas, instituída durante a pandemia de Covid-19.
Para o secretário de Combate ao Racismo da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Almir Aguiar, “instituições policiais em todo país precisam ser reconstruídas, já que o racismo institucional é incentivado no curso de formação dos novos policiais, colocando o negro sempre como suspeito”. Almir denuncia que, “enquanto houver essa política de atirar primeiro e perguntar depois, pessoas negras serão mortas ou feridas. Das 47.508 mortes registradas pelo Anuário de Segurança Pública em 2022, mais de 50% eram crianças e jovens com idade entre 12 e 29 anos. Em 2022 foram 6.429 mortos por intervenções policiais, 17 por dia. É lamentável o que aconteceu com Eloah e com tantas outras crianças no Brasil”. Almir reafirma que “a Contraf-CUT mantém sua política antirracista, e em novembro realizará o 7º Fórum Nacional pela Visibilidade Negra no Sistema Financeiro. É importante que bancários e bancárias participem dos protestos da jornada, neste dia 24, e também se inscrevam para o Fórum, que será na cidade de Porto Alegre”.
✊🏾 CURITIBA | Pelo fim da violência policial e de Estado
Data: quinta-feira, 24 de agosto
Horário: a partir das 18h00
Local: Praça Santos Andrade
Fonte: Contraf-CUT