A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e movimentos sociais realizam, nesta quarta-feira, 20 de setembro, novos protestos e mobilizações para pressionar o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central a reduzir a taxa básica de juros brasileira (Selic) que, atualmente, está em 13,25%. Nesse patamar elevado, o índice faz com que o país continue com a maior taxa de juros reais (resultado da Selic menos a inflação) do mundo.
Além das manifestações nas ruas, a Contraf-CUT realiza e convida a todos e todas que quiserem participar de um tuitaço, das 11h00 às 12h00, com a hashtag #JurosBaixosJá, e sempre marcando o Banco Central (@BancoCentralBR) nas postagens.
Campanha #JurosBaixosJá
Desde o primeiro semestre, a Contraf-CUT realiza protestos nas ruas e nas redes sociais contra a política monetária contracionista (ou seja, que dificulta o desempenho da economia), que vinha sendo praticada pelo Banco Central desde 2021. Naquele ano, o Copom iniciou uma série de aumentos da Selic, que passou de 2% para 13,75%, percentual mantido de agosto de 2022 a agosto deste ano, quando houve redução de 0,50% no índice. Análises de todo o mercado e do próprio boletim Focus, divulgado todas as segundas pelo BC, apontam que na reunião do Copom que ocorre entre esta terça (19) e quarta-feira (20), haverá um novo corte de 0,50%. “Essa redução acontece depois de intensa pressão dos movimentos sociais, da sociedade e do governo federal”, destaca a presidenta da Contraf-CUT e vice-presidenta da CUT Nacional, Juvandia Moreira.
O movimento sindical avalia que a redução precisa ser ainda maior, para que o país alcance uma Selic inferior a dois dígitos, pelo menos. “Nossa campanha é por emprego e renda, porque a Selic elevadíssima reflete nas taxas de juros cobradas pelas instituições financeiras no crédito, o que prejudica o investimento produtivo e atrapalha a economia”, explica. Sondagem realizada pelo Dieese, considerando o estoque da dívida do setor público no patamar de cerca de R$ 6 trilhões e que cerca de 64,5% desse estoque têm a Selic como indexador, mostrou que, cada ponto percentual na taxa Selic significa um aumento de custo da dívida anual de cerca de R$ 38 bilhões. “Estamos falando de mais dinheiro, do Estado brasileiro, pago, em sua maioria, para instituições financeiras, que são as maiores detentoras hoje dos títulos da dívida pública, portanto, menos recursos para infraestrutura, educação e saúde”, completa Juvandia.
Fonte: Contraf-CUT