Reunião termina sem avanços, com duas propostas da Fenacrefi rejeitadas por estarem aquém das expectativas da categoria, que exige aumento real e melhores condições de trabalho.
Mesmo após um dia inteiro de negociações, a décima reunião entre o Coletivo Nacional dos Financiários e a Federação Interestadual das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Fenacrefi) da Campanha Nacional 2024 terminou sem um acordo. A entidade patronal apresentou duas propostas que ficaram muito abaixo dos anseios da categoria e foram prontamente recusadas na mesa de negociação.
A secretária de Organização do Ramo Financeiro e Política Sindical da Contraf-CUT, Magaly Fagundes, destacou que, segundo dados do Dieese, até julho deste ano, 8.809 acordos foram firmados, dos quais 86% garantiram índices acima do INPC, ou seja, com aumento real. “A média é superior a 1,5% de aumento real. Não podemos aceitar um índice tão irrisório para este ano e sem nada previsto para o ano que vem”, afirmou.
Proposta inicial
A proposta inicial da Fenacrefi foi de aplicar, de forma linear, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) nos próximos dois anos. Para o período de julho de 2023 a junho de 2024, o índice registrado foi de 3,34%, e o índice para 2025 será o INPC linear. Sobre a Participação nos Lucros e Resultados (PLR), a proposta é de mudanças na regra que vai refletir em prejuízo aos trabalhadores.
“Todos as propostas apresentadas de alteração dos direitos conquistados, representam redução de custos das empresas e impõe perda aos financiários”, afirmou Jair Alves, coordenador.
Segunda proposta
A segunda proposta da Fenacrefi continuou aquém das expectativas, oferecendo um reajuste salarial de 3,5% para 2024, o que representaria apenas 0,15% de aumento real. Para 2025, a proposta permanece com o INPC linear. Em relação à PLR, a proposta manteve-se inalterada.
A reunião foi encerrada sem uma data definida para o novo encontro. “Nós estamos à disposição para continuar as negociações, desde que seja com uma proposta digna”, finalizou Magaly.
Avaliação
Para Katlin Salles, representante do Paraná nas negociações com a Acrefi, o dia de negociação terminou cansativo e sem progresso, resultando na rejeição de duas propostas apresentadas pela Fenacrefi, que não atendem às expectativas da categoria. “A primeira proposta consistia na aplicação linear do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), fixado em 3,34%, para os próximos dois anos. A segunda proposta sugeria um reajuste salarial de 3,5% para o ano de 2024, o que representaria um aumento real de apenas 0,15%. Para o ano de 2025, a proposta continuaria a prever a aplicação linear do INPC. Adicionalmente, foram propostas alterações em cláusulas referentes a convênios médicos, vale-refeição (VR), vale-alimentação (VA), Participação nos Lucros e Resultados (PLR), entre outras, das quais prejudicam os trabalhadores”, explica. “Reiteramos nossa disposição para retomar as negociações, desde que sejam apresentadas propostas viáveis para análise. Estamos à espera de um retorno, seja nesta sexta-feira ou na segunda-feira”, finaliza a dirigente.
Fonte: Contraf-CUT