Para os bancos não
existe discriminação e todos conquistam seu espaço dentro do sistema de acordo
com sua competência e meritocracia. Na negociação da última quarta-feira, 09 de setembro, quando abordamos as
desigualdades dentro do sistema financeiro, e cobramos cláusulas e medidas que coloquem
os bancários em pé de igualdade no dia a dia, independente de sexo, raça, opção
sexual ou condições físicas, mais uma vez os bancos saíram pela tangente dizendo
que o sistema financeiro é um dos mais avançados no mercado de trabalho quando
se trata de igualdade de oportunidade.
Quando cobramos dos bancos que existem
muitas desigualdades nos locais de trabalho, os bancos se dizem injustiçados pois
estão sempre atendendo às demandas dos trabalhadores mas sempre são
questionados. Dentre os temas que abordamos, discutimos a
diferença salarial e de promoção entre homens e mulheres. Mulheres
cumprem a mesma carga horária, as mesmas metas, tendo a mesma produção,
normalmente com escolaridade maior, assim mesmo as mulheres são preteridas nas
promoções e percebem salários inferior aos dos homens.
Argumentamos que no ritmo
que andam os avanços neste tema, as mulheres levariam mais de oitenta anos para
atingirem a igualdade de direitos e conquistas. É aí que os bancos argumentam que
todo avanço dentro dos bancos se dá por competência e meritocracia, independente
do gênero.
Cobramos o cumprimento da lei de cota mínima de
contratação de trabalhadores com deficiência e também uma cota de
contratação de 20% de afrodescendentes. Na questão dos portadores
de deficiência, os banqueiros dizem que já cumprem a lei 8213/91, colocando os trabalhadores em reabilitação como cota de portador de deficiência, e no caso de contratação de afrodescendentes, dizem que são contra cotas e que
já aplicam políticas afirmativas sem necessidade de clausular.
Um assunto que apareceu de forma
crescente de incidência e preocupação em nossas consultas junto aos bancários
em todo o país foi o combate ao assédio sexual. Cobramos dos bancos que os
casos constatados e comprovados tiveram um desfecho insatisfatório, que não
inibe a pratica, penalizando apenas à vítima do assédio. Os bancos foram
categóricos em dizer que não pactuam com esta atitude e que os poucos casos que
foram detectados foram tratados com rigor. Não aceitam clausular, mas acenam
com a possibilidade de uma campanha de conscientização e de alerta.
No geral os
bancos deixam a entender que tudo é um mar de rosas no setor, e que fazemos
cobranças de coisas que já funcionam muito bem dentro das unidades bancárias.
No encerramento da negociação, marcamos uma nova rodada extraordinária para o dia 15 de setembro para discutirmos as
pendências antes da negociação do dia 16 sobre remuneração, já agendado no
calendário da campanha nacional.