CUT – 20/05/2004
Queremos metas urgentes de crescimento!
A cada pesquisa de emprego e desemprego que se divulga, continuamos verificando que o País ainda patina na adoção de medidas eficazes para geração de postos de trabalho. É verdade que empregos formais estão sendo criados, conforme atestam os próprios institutos de pesquisa. No entanto, infelizmente, eles ainda não são em número suficiente para reverter a situação assombrosa deste flagelo social.
Apesar da interferência do fator “desalento” na demanda de emprego, constatar que na região mais rica do País um quarto dos trabalhadores, ou exatamente 20,7% da PEA, estão desempregados – de acordo com a pesquisa Seade/Dieese na Grande São Paulo – é a prova cabal deste flagelo e de que o governo continua insensível na adoção de medidas eficazes e emergenciais para alavancar a produção e os níveis de emprego.
Nós, da CUT, insistimos que o controle inflacionário não deve ser o único objetivo da política econômica e muito menos desculpa para que o Comitê de Política Monetária continue segurando a taxa de juros.
É lógico que nós sabemos a importância de manter a inflação sob controle. Mas um projeto de desenvolvimento para o Brasil não pode ser construído apenas a partir de metas de inflação e de superávit fiscal. E nenhuma perseguição a estas metas justifica manter juros elevados, incentivando a especulação financeira em prejuízo da atividade produtiva.
Contestar a exclusividade de trabalhar com meta de inflação não significa ser contra o planejamento econômico de uma Nação. Mas insistimos que um projeto de desenvolvimento precisa ser construído com base em metas de crescimento econômico, de geração de emprego e renda, de política industrial e agrária.
Sem isso, cada vez mais o desespero e a descrença vão continuar tomando o lugar da esperança por dias melhores.
Luiz Marinho
Presidente Nacional da CUT
