CUT – 17/06/2004
A frustração continua
A decisão de manter a taxa de juros básicas inalterada pelo segundo mês consecutivo prossegue frustrando o conjunto da sociedade. Há muito tempo temos insistido na necessidade de o Copom abandonar o seu conservadorismo e tomar suas decisões levando em consideração a urgência de estimular a produção, o consumo e o emprego no Brasil.
É certo que o Brasil está dando sinais de aquecimento em sua economia, mas é mais certo ainda que a crise social é ainda muito profunda, com o desemprego em níveis alarmantes e com a constante queda da renda dos trabalhadores. E isto, sem dúvida, é resultado principalmente desta política de juros. Afinal, é a Taxa Selic que sinaliza a taxa de juros a ser paga pela produção (tanto para investimento quanto para capital de giro), no crédito ao consumo e nas dívidas dos financiamentos das empresas e das pessoas físicas. E elas continuam assombrosamente altas.
Para a Central Única dos Trabalhadores, é fundamental ainda que o País não fique também a mercê das decisões mensais do Copom, sempre sujeitas às incertezas conjunturais da economia. Por isso, a CUT vem insistindo para que, além das metas fiscais em execução, o País também tenha metas anuais que apontem a geração de empregos, aumento do salário mínimo, juros e outras que sirvam de parâmetro para o investimento nas atividades produtivas e para o crescimento econômico.
A continuar com esta fórmula mensal de definição de juros, o Brasil continuará acelerando e pisando no freio ao mesmo tempo, ou seja, permanecerá patinando.
Luiz Marinho
Presidente Nacional da CUT