A antesala da presidência do Banrisul, localizada no 4° andar do edifício-sede do banco, no centro de Porto Alegre, sediou a entrega da pauta específica de reivindicações dos funcionários na tarde de quarta-feira, dia 28, feita pelo Comando dos Banrisulenses ao presidente da instituição, Túlio Zamin. Dirigentes da Contraf-CUT, Fetrafi-RS, sindicatos de Porto Alegre e do interior gaúcho estiveram presentes.
A minuta foi aprovada no 21º Encontro Nacional dos Banrisulenses, ocorrido no dia 3 de agosto, na capital gaúcha, integrando a Campanha Nacional dos Bancários 2013. Salário mínimo calculado pelo Dieese como piso, valorização das funções através de remuneração, fim das metas individuais, além da suspensão de quaisquer projetos de terceirização e o fim da trava de 2 anos para participação em novos processos seletivos, entre outros pontos, estão dentre as demandas incluídas na pauta específica.
O secretário de assuntos socioeconômicos da Contraf-CUT e empregado do banco, Antonio Pirotti, afirma esperar que a direção do Banrisul cumpra a palavra empenhada com a categoria e que as negociações da pauta específica se iniciem o mais breve possível.
"Esperamos que isso se concretize. Esta campanha nacional tem mobilizado os trabalhadores em todo o país. Desde nós, na Contraf-CUT, até as federações, todos os sindicatos. Neste momento, é importante para a nossa luta que todas as entidades se mobilizem e fiquem atentas às negociações", avalia Pirotti.
O presidente do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre, Mauro Salles, assegura que a proposta da categoria é factível e que os banrisulenses precisam ser valorizados. "O Banrisul vem crescendo, tendo obtido lucro de R$ 419,7 milhões no primeiro semestre deste ano. Esperamos um bom diálogo para atender as reivindicações dos bancários."
O diretor da Fetrafi-RS, Carlos Augusto Rocha, destaca o resultado da negociação do ano passado que, estranhamente, não teve seu acordo coletivo assinado. "Lamentamos ter visto o retrocesso do banco em 2012. Nossa maior preocupação é que isso não se repita na campanha atual".
Os bancários cobram também a manutenção das conquistas, como a 13ª cesta-alimentação com valor diferenciado. Ainda exigem soluções para as pendências que envolvem o novo quadro de carreira, bem como reivindicam a democratização da gestão do banco, com a eleição de um diretor-representante dos funcionários, conforme estabelece a constituição estadual do Rio Grande do Sul.
"A pauta reflete as necessidades específicas dos banrisulenses como um todo, visto que dialoga tanto com funcionários antigos e novos, assim como os aposentados. Embora sejam muito importantes, as reivindicações de caráter econômico estão conciliadas às condições de trabalho, muito precárias no Banrisul, que geram adoecimento e uma série de outros problemas", enfatiza a diretora da Fetrafi-RS, Denise Falkenberg, também funcionária do banco.
Zamin falou que é preciso construir um espaço de discussão dentro de um princípio de razoabilidade. "Devemos comemorar o nosso plano de investimentos, mesmo sabendo que várias agências, principalmente no interior do Estado, precisam de reformas, melhorias nas condições de trabalho, maior número de agências, inclusive para disputar clientes."
Mauro Salles finalizou reafirmando que "é preciso celeridade neste processo, até porque os bancos irão apresentar uma proposta global para a pauta geral de reivindicações ao Comando Nacional no dia 5 de setembro."