O superintendente da Polícia Federal no Paraná, Jaber Makul Hanna Saab, disse ontem em Curitiba que a corporação deve realizar nos próximos dias novas prisões de acusados de participação no esquema de evasão de divisas por intermédio de contas CC5 (de não-residentes) movimentadas no Banestado de 1996 a 2000.
“Estamos correndo atrás para cumprir novos mandados de prisão.” Saab disse que não se referia a nenhum caso específico, mas que tinha a expectativa de que a Justiça Federal determine “centenas de prisões e o seqüestro de bens dos envolvidos”. Ele disse considerar o caso Banestado como “um dos maiores escândalos financeiros do país”: “Há tantos [escândalos] que não sabemos dizer se este é o maior”, emendou.
Uma equipe da PF em Curitiba passou o dia tentando prender o ex-assessor da área de câmbio do Banestado Alaor Alvim Pereira. Ele é o sétimo ex-funcionário do banco que teve mandado de prisão preventiva decretado pelo juiz Sérgio Moro nesta semana, por suspeita de liberar remessas fraudulentas ao exterior de U$ 1,94 bilhão (cerca de R$ 5,8 bilhões). O processo se refere a 94 contas de “laranjas” abertas por doleiros. Entre os movimentadores das contas aparecem a Youssef Câmbios (de Alberto Youssef, que está preso) e a Tupi Câmbios.
Anteontem, os policiais prenderam em Curitiba o ex-vice-presidente do Banestado Aldo de Almeida Jr. e mais quatro ex-diretores da área de câmbio e ex-gerentes do banco em Foz. Assim como o ex-diretor Gabriel Nunes Pires Neto, que está preso desde novembro de 2003, eles são acusados de influir ou ordenar remessas ilegais para o exterior.
Almeida Jr. era homem da cota pessoal do ex-governador Jaime Lerner (ex-PFL, hoje PSB) no banco. Ficou na instituição de 1995 a 2000. De 2001 a fevereiro de 2003, por indicação de Lerner, assumiu a direção do Paraná no BRDE (um banco de fomento).
Os advogados dos acusados disseram ontem que podem dar entrada nos pedidos de habeas corpus em favor de seus clientes amanhã.
Fonte: Agência Folha, em Curitiba