Trabalhadores exigem a não compensação do programa próprio na PLR e critérios transparentes e justos
São Paulo – Com a política errada de descontar da PLR os valores devidos aos bancários por conta dos programas próprios de remuneração vinculados a metas – como o Programa Semestral Variável (PSV) e o Programa Participação de Resultado (PPR) –, o HSBC é o único banco que exclui funcionários.
Além dos descontos, o HSBC não deixa claro no holerite o valor pago a título de PPR ou de PLR. Também muda arbitrariamente as metas dos programas próprios e as datas de pagamentos, prejudicando muitos funcionários. A situação é absurda: os trabalhadores se esforçam, e muito, para o cumprimento das metas, mas a direção as altera de última hora – mudanças que, pela lei, não poderiam ser feitas.
Não há critérios claros e no sistema de avaliação CDP, por exemplo, a forma de estimativa anual é totalmente injusta. O banco define, de antemão, que pelo menos 10% dos funcionários não receberão nada. “A direção da instituição não vê possibilidade de que 100% do quadro bata as metas. Caso isso aconteça, parte deles será escolhida para ser prejudicada”, relata a diretora do Sindicato Liliane Fiúza. Hoje, na classificação do CDP, apenas 20% dos trabalhadores são considerados bons ou excelentes; 70% medianos; e 10% são escolhidos, em alguns casos de forma aleatória, como ruins ou péssimos.
“O Sindicato não aceita essa conduta desmotivante e vem promovendo uma série de protestos contra essa situação. Nessa quinta 26, estivemos com os bancários do HSBC na região da Paulista. E vamos continuar até que o banco atenda às nossas reivindicações”, avisa a dirigente. “Do jeito que está, o bancário não sabe como será avaliado, mesmo conseguindo bater todas as metas. A decisão acaba ficando na mão de um gestor que precisa sortear, em muitos casos, quem será beneficiado ou não no CDP. Basta de injustiça, isso tem de mudar”, cobra Liliane. “Temos negociação marcada com o banco na terça-feira 31 e vamos exigir que o HSBC valorize de fato seus funcionários dando um fim à compensação dos programas próprios na PLR e à exclusão de trabalhadores no pagamento. Queremos regras claras e justas.”
Previdência – Outro tema que será pauta da negociação do dia 31 é o novo plano de previdência corporativa do HSBC, que beneficia somente os bancários com rendimentos acima de R$ 3.500. Liliane explica que pelo plano antigo, que continua ativo, o trabalhador pode contribuir mensalmente com até 12%, mas o banco limita sua contribuição a 0,5%. Já no novo, válido apenas para quem ganha mais de R$ 3.500, o banco contribui no mínimo com o mesmo valor pago pelo funcionário, mas pode chegar a 140%, dependendo do tempo de casa do empregado.
A dirigente informa, ainda, que a média salarial do HSBC, uma das menores entre os bancos no Brasil, é de R$ 2.800. “Mais de 60% dos funcionários ficarão de fora. Não podemos admitir essa distinção e vamos exigir explicações sobre o plano, que foi elaborado e lançado sem nenhum debate prévio com o Sindicato.”