Chorando de barriga cheia, o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, disse em entrevista a jornalistas que o reajuste de 10% nos salários dos bancários “aumenta o desafio para todos os bancos de manter o controle dos custos”.
Depois que os bancos obtiveram lucros estrondosos no primeiro semestre deste ano, o discurso do senhor Trabuco chega a ser repugnante.
Decididos a reajustar os salários dos bancários abaixo da inflação, os banqueiros não puderam desconsiderar a greve de 21 dias de seus funcionários, que os fez recuar nessa meta de arrocho escandaloso.
A fala do presidente do Bradesco insinua que os banqueiros devem procurar agora recuperar “o prejuízo” de ter de pagar a indesejada recuperação da inflação aos trabalhadores do setor financeiro através de cortes.
Mesmo que Trabuco não tenha dito quais são esses custos, é preciso que os bancários fiquem atentos para que nisso não estejam incluídas demissões, sobrecarga de trabalho e ainda a expansão das terceirizações.
Desavergonhadamente, depois do xororô, o empapuçado banqueiro mostra suas garras vampirescas contra o povo brasileiro ao afirmar: “… com o câmbio nesse nível, o Brasil está se tornando extremamente apetitoso para o investidor estrangeiro”.
O sádico financista comemora o ataque especulativo contra nossa moeda como algo que, mesmo prejudicando nossa balança comercial e nossas reservas do fundo soberano, trazem oportunidades aos bancos de lucrarem ainda mais.