Foi realizada na noite desta quarta-feira, 22 de março, a Roda de Conversa sobre saúde e sexualidade da mulher. A atividade integrou o calendário do #8MdasMulheresProtagonistas e reuniu dezenas de bancárias, dirigentes sindicais, profissionais da Saúde e interessados em debater o tema. A conversa contou com a participação da médica-legista, ginecologista e vereadora de Curitiba, Maria Letícia e da professora, especialista em Psicopedagogia e vereadora da Lapa, Brenda Ferrari da Silva, com mediação da secretária da Mulher da Fetec-CUT-PR, Cinara Correa Tonatto.
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Pobreza menstrual
A vereadora Maria Letícia iniciou a conversa explicando que sua história profissional sempre esteve ligada aos cuidados das mulheres, desde sua formação e especialização em Ginecologia, passando por sua carreira de mais de 20 anos como médica-legista do Instituto Médico Legal (IML), em que atendia vítimas de violência, até sua atuação enquanto vereadora, que tem como um dos focos a defesa e ampliação dos direitos das mulheres. Com esse olhar, ela escolheu apresentar os aspectos sociais da menstruação e a necessidade de se debater a pobreza menstrual.
“A pobreza menstrual é um problema complexo que reflete o tamanho da nossa desigualdade social. Quando falta um absorvente, falta também educação, estrutura, acesso e inclusão. E suas consequências físicas, sociais, emocionais e comportamentais criam uma barreira no desenvolvimento de meninas e mulheres”, resumiu, lembrando que atualmente mais de 90 mil estão em situação de ocupação em Curitiba, sem acesso a água e esgoto. “Ou seja, a menstruação, que é um marco na vida de cada mulher, vai muito além do fluxo menstrual. Tem a ver com acesso a escola e trabalho, a estrutura de saneamento básico, a produtos de higiene. E empoderar mulheres passa por essa discussão!”, completou.
Em de 2022, Maria Letícia propôs e aprovou, na Câmara Municipal de Curitiba, a Lei 15.975/2022, que indica a distribuição gratuita de absorventes nas escolas públicas de Curitiba. Além da oferta de absorventes, coletores menstruais e calcinhas nas escolas, a proposta institui a realização de campanhas educativas sobre o ciclo menstrual, como palestras e capacitação para professores, equipe pedagógica, alunos e familiares e/ou responsáveis. “Falar sobre a questão da pobreza menstrual é falar justamente sobre o que impede as meninas e mulheres de serem quem elas quiserem”, concluiu a vereadora.
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Transexualidade
Já a Professora Brenda fez um relato detalhado da sua experiência e das vivências que teve ao longo do processo transsexualizador. “Eu quero contar um pouco da minha história para que as pessoas consigam compreender o lugar da mulher trans na sociedade!”, iniciou. Moradora da periferia da Lapa, filha de mãe diarista e pai pintor de paredes, Brenda descobriu sua transexualidade ainda na infância. Na adolescência, começou a hormonioterapia para modificação do corpo. E, aos 18 anos, deu início ao processo transsexualizador e à luta para conseguir fazer a cirurgia de redesignação sexual, que só foi alcançada aos 38 anos.
Ao longo de sua jornada como mulher trans, Brenda também se dedicou muito aos estudos e à carreira profissional. “Eu sempre precisei ser melhor que os outros em tudo o que eu fazia, pois essa era a única forma de ser aceita nos espaços”, relembrou ao listar que, ao longo da vida, cursou Técnico em Contabilidade, Licenciatura em Matemática, Licenciatura em Letras, Tecnologia em Processos Gerenciais, Especialização em Psicopedagogia, Gestão de Pessoas, Gestão Escolar, Educação Financeira e em Matemática. “Também trabalhei muito, desde os meus 16 anos. Fui digitadora, manicure e cabeleireira, Agente Comunitária de Saúde, trabalhei como Técnica Administrativa em escola, depois me tornei professora de Matemática da Rede Pública Estadual, fui Técnica Pedagógica por dois anos na Secretaria Estadual de Educação do Paraná, Diretora de Escola por dois mandatos e, por fim, eleita vereadora na Lapa, a mais votada na região urbana”, contou Brenda.
Após as falas, os participantes da Roda de Conversa puderam fazer intervenções e perguntas sobre os temas.
Programação completa
Para celebrar o 08 de março, Dia Internacional da Mulher, em 2023, o Sindicato está promovendo uma programação multicultural durante todo o mês. O objetivo é fomentar as diversas atividades culturais, sociais e políticas protagonizadas por mulheres. Os eventos serão realizados no Espaço Cultural e Esportivo da entidade (Rua Piquiri, 380 – Rebouças) e têm como público-alvo todas as pessoas.
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Fonte: Sindicato dos Bancários e Financiários de Curitiba e região