Em conversa com o movimento sindical realizada na tarde de sexta-feira, 30 de setembro, o Santander assumiu o processo de terceirização em curso no setor de manufatura. Porém, o banco não respondeu os principais questionamentos dos representantes dos trabalhadores: quais áreas serão envolvidas e o total de empregados que serão atingidos com esta nova onda de intermediação de mão de obra.
Os representantes do movimento sindical expressaram a indignação dos trabalhadores quanto às alterações bruscas e profundas promovidas sem negociação, diálogo ou aviso prévio. “Deixamos claro para o Santander que vamos fortalecer os protestos e a luta contra a terceirização. Nós queremos a representação sindical destes trabalhadores, e que os direitos deles sejam garantidos. Queremos espaço de negociação efetiva, e não apenas que o banco nos informe um processo que já está em execução”, pontua Lucimara Malaquias, coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados do Santander (COE/Santander).
O Santander se comprometeu a analisar internamente uma proposta de representação sindical dos empregados. Os representantes dos trabalhadores aguardam a apresentação desta proposta. Enquanto isto, protestos serão intensificados e, embora não seja o objetivo do Sindicato, se necessário a Justiça e instâncias internacionais serão acionadas.
“O movimento sindical prioriza e quer resolver este impasse na negociação coletiva. A forma como o Santander tem forçado a transferência de trabalhadores para outros CNPJ dá indícios de ilegalidade, o que traz insegurança jurídica para o banco. Também é fato que o Santander vem acelerando essas transferências antes de 2023, porque existem possibilidades reais de mudança de governo, o que poderá resultar na revisão da legislação trabalhista que, atualmente, permite às empresas terceirizarem irrestritamente. Portanto são muitas as peças no tabuleiro que o Sindicato estuda neste momento. E é fundamental que os trabalhadores se mantenham atentos e mobilizados”, finaliza Lucimara.
Fonte: SP Bancários