Dirigentes do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários, Financiários e Empresas do Ramo Financeiro de Curitiba e região e da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Paraná (Fetec-CUT-PR) se reuniram, na manhã desta sexta-feira, 03 de dezembro, com representantes de Relações Institucionais e Relações Sindicais do Bradesco. A reunião ocorreu na sede do Sindicato e foi conquistada após a última paralisação de agências, realizada no dia 23 de novembro.
Participaram da reunião o presidente do Sindicato, Antônio Fermino, o presidente da Fetec-CUT-PR, Deonísio Schmidt, a representante do Paraná na COE/Bradesco, Karla Huning, a secretária geral do Sindicato, Cristiane Zacarias, e o diretor executivo da Contraf-CUT Elias Jordão. Pelo banco, estavam presentes Silvia Eduara Cavalheiro e Priscilla Mosca.
A pauta principal do encontro foram as péssimas condições de trabalho que os funcionários e funcionárias do Bradesco estão enfrentando, que têm causado inclusive pedidos de demissão. Os trabalhadores relatam excesso de reuniões e videoconferências, exigências cada vez maiores de envio de relatórios, aumento nas metas de venda de produtos, cobranças permanentes e excessivas e exposições desnecessárias. Os dirigentes sindicais também destacaram o fechamento de agências, a redução dos centros administrativos e a falta de funcionários em quase todas as unidades, além de questionar sobre que outras movimentações ou reestruturações estão previstas para o próximo período. Uma outra reivindicação foi pela disponibilização pelo banco de café nas agências e demais unidades.
As representantes do banco tomaram nota de todas as reivindicações e se comprometeram a levar os apontamentos para a direção do Bradesco. Além disso, justificaram que as movimentações citadas pelos dirigentes são resultado de um estudo permanente que o banco faz, analisando e acompanhando o mercado financeiro. Elas também reafirmaram que o Bradesco é um banco de carreira, que incentiva o crescimento de seus funcionários. E se colocaram à disposição para a efetivação de um canal de diálogo transparente e respeitoso com a representação dos trabalhadores.
Unidades de negócio
Outro tema debatido na reunião foi a insegurança das unidades de negócio, que não contam com porta de segurança ou presença de vigilantes. Embora o banco diga que não há realização de transações nesses locais, ainda assim existem caixas eletrônicos com dinheiro em espécie e grande fluxo de pessoas. Por isso, os bancários destas unidades trabalham sob um alto nível de tensão e medo, expostos à insegurança na abertura e fechamento da unidade e aos insultos de clientes e usuários. As representantes do Bradesco tomaram nota das reivindicações, que também estão sendo debatidas na COE e na mesa nacional de segurança bancária.
Avaliação
“A vinda de representantes para esta reunião nos mostra que o Bradesco compreende a importância e o valor dos funcionários de Curitiba e do Paraná para os resultados do banco. Consideramos que a manutenção deste canal de diálogo aberto e permanente, neste formato, é fundamental para a melhoria das condições de trabalho”, avalia Karla Huning, representante do Paraná na COE/Bradesco. “Precisamos, agora, aproximar a visão do banco da realidade que os bancários vivem no dia a dia”, finaliza.
“O banco nos afirma que está estudando e acompanhando o mercado financeiro, pautando suas movimentações por um olhar comercial. Precisamos, agora, incluir um olhar humanizado, para os trabalhadores e trabalhadoras que são responsáveis pelos resultados alcançados diariamente. Queremos que esse olhar social, que considere as condições de trabalho e os impactos das decisões comerciais na vida das pessoas, também seja uma responsabilidade do Bradesco. Que seja possível olhar para as pessoas, reavaliar as estratégias e tomar as medidas necessárias!”, conclui Cristiane Zacarias, secretária geral do Sindicato.