Cenop Agro está oferecendo péssimas condições de trabalho em meio ao Plano Safra.
Representantes do Sindicato dos Bancários e Financiários de Curitiba e região se reuniram, na última quarta-feira, 05 de outubro, com o comitê gerencial do Cenop Agro do Banco do Brasil para debater demandas dos trabalhadores do setor. Conforme denúncias, o banco segue cobrando o máximo de desempenho dos funcionários num tempo cada vez menor previsto para executar a operação e com redução de 10% no seu quadro de funcionários.
O Sindicato alertou que a falta de especialização das equipes coloca os trabalhadores em risco de cometer erros, uma vez que muitos desconhecem aquele processo e ainda estão estressados com os prazos curtos de execução. “Algumas linhas de crédito muito importantes para a produção rural do país estão sendo realizadas “às cegas” por falta de treinamento e orientação. É um descaso com o principal “produto” do BB para o país, por aí vemos qual o destino que o governo quer para os bancos públicos”, afirma Ana Busato, diretora do Sindicato e funcionária do BB.
Além disso, os trabalhadores também denunciam que estão expostos à avaliação de gerentes de agências que nada sabem do processo interno e usam critério inadequado para dar as notas na avaliação, que impacta na GDP individual dos funcionários. A sazonalidade de demanda gerada pelo Plano Safra é outro agravante que pressiona e o banco não oferece solução adequada para dar vazão à quantidade de processos que entram no centro. “Cobramos mais contratações, urgente!”, explica a dirigente.
Os trabalhadores relatam, ainda, que falta clareza nos objetivos a serem atingidos e excesso de demandas de trabalho que chegam sem programação. Conforme os relatos, “nunca se sabe qual o objetivo a ser atingido, gerando a sensação de nunca estar produzindo o suficiente, é muito estressante”. O Sindicato também recebeu relatos de que “falta respeito ao trabalho dos bancários, parece que ninguém planeja nem sabe de nada que vai ser esperado no centro”.
Conforme informações, antes da última reestruturação no BB, eram 657 funcionários no Cenop Agro, depois cortaram o quadro para 623 e atualmente estão trabalhando em 580, com aumento de 60 mil para 80 mil no número de clientes. “Como é cada um por si, existe muito medo de não cumprir e ser punido, o senso de equipe está comprometido e o clima é de eterna competição, que prejudica ainda mais as relações no trabalho”, acrescenta Ana Paula.
Resposta do BB
O comitê gerencial se comprometeu a escutar os funcionários e fazer feedbacks propositivos. O Sindicato entende que isso não resolve o problema central e ainda frustra as equipes que ficam na esperança de ter suas demandas atendidas.
“Consideramos temerária esta distância da Diope da realidade do trabalho. Palavras fortes foram ditas pelos trabalhadores, de desânimo, e que apontam adoecimento dos funcionários e perda do orgulho e pertencimento”, relata a dirigente sindical Ana Smolka, que representa o Paraná nas negociações com o banco. “Conseguimos também o compromisso da gerência em ampliar canais de comunicação para dar transparência, bem como de não haver prejuízos nas avaliações diversas e confusas que a gestão de Paulo Guedes vem adotando unilateralmente, com prejuízos à saúde dos funcionários”, acrescenta.
Nos próximos dias, o Sindicato irá fazer uma reunião ampla com todos os funcionários e encaminhar a luta por mais contratações nos Cenops, assim como nas CRBBs, agências e PSOs.
Fonte: Sindicato dos Bancários e Financiários de Curitiba e região