Em pauta nas negociações, denúncias sobre condições de trabalho de estagiários e plano de saúde.
Na manhã da última terça-feira, 19 de março, dirigentes do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região receberam Daniel Pastore, da diretoria de Recursos Humanos do Itaú, e Marina Madeira, Superintendente de Relações Sindicais do banco, para tratar de questões locais sobre condições de trabalho.
Desligamentos e contratações
O Sindicato cobrou do Itaú novas contratações, considerando o impacto do balanço do banco em 2023, e o fim das demissões, como ocorre, por exemplo, quando o Itaú decide pelo fechamento de agências. Ainda que parte dos trabalhadores sejam realocados quando um local de trabalho é fechado, existe a preocupação da entidade com o sofrimento emocional desses bancários que continuam no banco.
O banco apresentou dados sobre os desligamentos e afirma uma mudança de perfil nos últimos dois anos, com cerca de 30% ser demissão a pedido.
O Sindicato não tem acesso a dados sobre desligamentos no Itaú desde a Reforma Trabalhista de 2017, que desobrigou a realização de rescisões nas estruturas do Sindicato, e reivindicou que o Itaú realize as homologações no Sindicato. O Itaú se nega a realizar homologações no Sindicato, alegando que o processo não ocorre mais presencialmente e afirmando que essa pauta não é consenso no banco.
Estagiários
O Sindicato denunciou ao Itaú e pediu providências ao RH e à Relações Sindicais sobre o trabalho realizado por estagiários na base de Curitiba e região. Os estagiários estão atuando no serviço bancário indevidamente, em trabalho que demanda sigilo de dados, como abertura de contas. O Sindicato afirmou que está trazendo ao banco a denúncia de desvio de função antes de levar a denúncia ao Ministério Público do Trabalho, para que o Itaú reoriente seus gestores.
Daniel Pastore afirmou que o Itaú tem a preocupação de ter proporção baixa de estagiários e que a orientação é para que a responsabilidade seja de ajuda a clientes nos caixas eletrônicos e encaminhamento para outros tipos de serviço dentro da agência e pediu que o Sindicato apresente os dados sobre os problemas detectados na base de Curitiba.
Plano de Saúde
Marina Madeira externalizou na reunião a necessidade do Itaú em debater demandas do plano de saúde, para que ele seja sustentável e mantenha sua rede de atendimentos. Ela explicou que o perfil de custo pelo plano se alterou nos últimos anos e os gastos estão mais com reembolsos e menos com internamentos e que a intenção é que não haja aumento de custos por parte dos trabalhadores mas que também não haja aumento de despesas de reembolsos, que o banco alega que está aumentando o uso indevido.
O plano de saúde deve voltar a ser discutido após as negociações da data-base da categoria bancária e assinatura da renovação da Convenção Coletiva de Trabalho.
A reunião teve a presença do presidente do Sindicato, Antonio Luiz Fermino, e também, além de José Altair e Eliane, da diretora Ana Fideli, dos diretores Selio Germano, Anselmo Vitelbe, e foi coordenada pela representante do Paraná na Comissão de Organização dos Empregados COE Itaú, Vandira Martins de Oliveira, que avaliou como positiva a presença da diretoria de RH e da Superintendência de Relações Sindicais do Itaú e equipe em Curitiba.
“Esta reunião foi uma oportunidade ímpar, em que os diretores do Sindicato de Curitiba e região puderam debater e esclarecer, bem como fazer solicitações referentes a várias questões que impactam no dia a dia dos bancários e bancárias do Itaú, tais como fechamento de agências, realocação de funcionários, desligamentos, demissões a pedido, estagiários e suas funções, atendimento no plano de saúde entre outros. Através do diálogo vamos construindo pontos para que o ambiente de trabalho seja adequado, não adoeça e construindo pontos para nossa Convenção Coletiva de Trabalho, que será renovada este ano”, finaliza Vandira.
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Fonte: Sindicato dos Bancários e Financiários de Curitiba e região
