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Valeu, Fabinho!

Assim sempre chamava meu amigo Fábio Trovo Barbosa, que nos deixou neste mundo e foi para o andar de cima. Grande amigo da agência Alto da XV do BB. Pai carinhoso, marido companheiro e amigo.

 

Amigo remete à solidariedade e compreensão. Lembro-me de alguns piquetes de que participou. Sempre bem humorado. Agora posso contar, porque poderia sofrer represálias. Muitos administradores sempre lembram: se entrar em greve, entregue o carimbo. E, lutar pelos seus direitos, pode colocar a estrela escarlate na testa, ainda que muitos cínicos neguem a discriminação.

 

Depois, vim para o sindicato e o Fabinho, como era chamado, foi galgar sua carreira. Estava na Estilo e sempre foi um otimista, dedicado e comprometido. Foi vitimado por um aneurisma seguido de um AVC. Muitos dirão que o ritmo de pressão não teve interferência nenhuma. Talvez não, talvez sim. Mas duvido que meu amigo não carregasse diariamente o fardo de ter que bater metas que deveriam seguir lógica do profissionalismo civilizado e não a ganância de “aparecer” nas planilhas de Brasília.

 

Muitos dos amigos que trabalharam na época do Alto da XV me ligaram e o que uniu todos foi a pergunta: “Vale a pena viver uma loucura destas?”, questionam até os mais sujeitos à lógica das metas. Para nossos administradores de Brasília, apenas mais um número contabilizado e que será substituído.

 

Numa conversa entre o profeta Isaías e um anjo, o mortal indaga o ente angelical:
– O que é provisório e o que é permanente?
– O provisório é o inevitável e o permanente são as lições do inevitável – respondeu o anjo.

 

Vale refletir sobre até que ponto somos suscetíveis às pressões e o quanto elas podem comprometer nossa saúde. Pondero com colegas e amigos bancários sobre o que é ser feliz, o que nos humaniza e desumaniza, o que nos faz viver mais e melhor ou ficar pelo caminho.

 

Uma vez na casa do Fabinho, a filhinha mais velha dele, então com 2 anos, me deu um papel e pediu que eu escrevesse a biografia dela . Rimos muito. Agora, em silêncio escreveria uma biografia na qual a vida será um pouco mais vazia para ela, para sua irmã e sua família. E a vida dos amigos de Fabinho também.

 

Deixa esposa e duas filhas. E um bom humor que não cabia mais no ambiente doentio das metas. De qualquer maneira, imagino o nosso amigo chegando e São Pedro:
– Fábio Trovo, você cometeu os seguintes pecados…
– Calma aí autoridade, podemos dar um jeito… – responderia nosso amigo.

 

Valeu, Fábio.
 

 

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